sábado, 31 de julho de 2010

Marcelo Grassmann



Foto: Reprodução

Há personalidades que nos provocam sensações e reações contraditórias. É o caso de Marcello Grassmann (1925), artista plástico que assina a primeira exposição individual da Galeria de Arte Mírian Badaró, de Taubaté, que será aberta hoje, às 19h.

Não tem como falar da história da arte no Brasil sem passar por Marcello Grassmann e é inevitável não tecer elogios ao descrevê-lo. Por outro lado, por mais que os adjetivos sejam cuidadosamente escolhidos, ainda assim parecem pequenos e insuficientes diante da grandeza de sua obra.

Mírian Badaró não consegue esconder a sua felicidade ao receber a obra de um artista da importância de Marcello Grassmann -- que impulsionou o mercado de arte no Brasil -- em sua galeria.

"Foi o (artista) George Gutlich quem me apresentou o Grassmann. Quando o conheci não conseguia nem falar. Aos poucos ele foi me mostrando suas telas e sua casa. Ele me deu liberdade para escolher o material que queria levar para a galeria e sai de lá, do nosso primeiro encontro, com 30 gravuras", conta a proprietária da galeria.

Mostra. Mas não são essas gravuras que integram a exposição. Elas fazem parte do acervo da galeria e estão disponíveis para venda. As obras da primeira mostra individual são 20 desenhos em papel, obras únicas que representam uma pequena parte de toda a criatividade materializada pelas mãos do renomado artista.

Há poucos meses de completar um ano, a galeria Mirian Badaró presenteia a região com a os temas de Marcello Grassmann, que são os mais variados.

"Grassmann traz em suas obras temas muito sombrios. Ele retrata monstros, caveiras, soldados com suas donzelas, peixes. É tudo mitológico e remete a um mundo fantástico", afirma Mirian Badaró.

Para se ter uma ideia do tamanho do acervo que o gravador, desenhista, ilustrador, escultor e professor possui, o museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, também está promovendo uma exposição individual com obras de Grassmann. São 420 trabalhos -- em papel -- que fazem uma retrospectiva do conjunto de sua obra.

Artista. Em entrevista ao O VALE, Marcello Grasmann falou sobre sua trajetória e sobre a situação atual do mercado das artes no Brasil.

"Falar sobre mim e sobre o minha trajetória é muito difícil. Foi mais fácil fazer meu trabalho durante os mais de 40 anos, nos quais tentei me manter fiel a minha linha ideológica. Nunca pretendi ser um caminho único e acho ótimo que surjam coisas novas, mas com qualidade", disse.

Grassmann afirma que "o mar não está para peixe" no mercado das artes, não só no Brasil mas no mundo, de modo geral, e justifica dizendo que a grande dificuldade hoje é separar a "arte" que é efêmera daquela que realmente deixa lições e contribuem para a formação de escolas e movimentos artísticos, a exemplo daqueles que existiram no passado.

"A única escola que se vê hoje é a da curiosidade e do inédito e se não há uma estrutura formal e um sistema para educar as diversas formas de expressões artísticas, o conceito de arte vira um caos", diz.

Qualidade. Ainda de acordo com Marcello Grassmann artistas que descobrem um "filão" -- ao utilizar um material diferente para desenvolver suas obras, por exemplo -- muitas vezes não possuem conteúdo para se manter dentro do processo cultural, e é aí que sua obra se torna efêmera.

"Não quero impor um padrão, aliás toda imposição de padrão foi um fracasso. Mas acho que é importante você ter conhecimento para poder superar aquilo que considera velho. Assim como em outros campos, no mundo das artes as coisas ganham formas novas, se alteram, por isso não podemos negar o elo com antigo. Aí sim, se você é contra uma academia, você pode criar outra nova", diz.

Satisfação. Antes de terminar a entrevista concedida ao O VALE, Marcello Grasmann falou da sua gratidão ao ter seu trabalho divulgado em uma galeria de arte do interior.
Essa é a primeira exposição com obras de Grassmann em Taubaté e tem como patrocinador a empresa Viapol. No Vale do Paraíba, ele só havia exposto há mais de 20 anos, na Galeria do Sol, em São José dos Campos.

Mallu Magalhães



Foto: Divulgação

Quando Mallu Magalhães começou a aparecer na mídia -- depois do seu grande sucesso na internet, mais especificamente no MySpace -- era difícil acreditar que uma menina de apenas 15 anos estivesse investindo num estilo tão pouco valorizado no Brasil e sua voz, aparentemente insegura -- ou seria melhor frágil? -- era um alarme falso de que o projeto não iria longe.

Para a surpresa dos críticos e dos fãs, Mallu Magalhães lançou seu segundo disco em novembro de 2009, pela Agência de Música/Sony Music, e, assim como o visual ganhou um aspecto mais maduro -- a menina agora se veste como mulher -- o projeto tem mais peso que o primeiro. Um pedacinho dessa curta, mas já marcante trajetória, será apresentada neste sábado, a partir das 14h, em Campos Jordão, onde a cantora se apresenta gratuitamente, na Praça do Capivari.

Para o deleite dos fãs, Mallu deve trazer em seu repertório algumas de suas músicas do álbum de estreia, entre elas “J1” e “Tchubaruba”, uma das mais tocadas do disco que foi lançado em 2008.

Do segundo álbum é difícil eleger duas ou três músicas preferidas -- não que seja fácil a decisão em relação ao primeiro. É que o último tem mais canções escritas em português -- agora são seis composições em português e sete em inglês -- e é natural que o coração dos fãs fiquem mais divididos também.

O trabalho mantém a parceria de Mallu com os músicos do primeiro disco: Jorge Moreira (bateria e washboard), Kadu Abecassis (violões e guitarras) e Thiago Consorti (baixo). Além deles, há ainda a presença especial de André Lima, um tecladista que também revela seus talentos no comando do piano (de saloon ou não), do órgão Hammond, além do harmônio -- muito similar ao órgão -- e do metalofone -- um “ primo” do xilofone.

A produção musical tem um nome de peso, Kassin, que já assinou grandes discos de Los Hermanos, Caetano Veloso e Vanessa da Mata. A jovem cantora ainda conta com alguns arranjos de cordas feitos por Felipe Pinaud, da Orquestra Imperial (Rio de Janeiro), além da sua contribuição para a “Shine Yellow”, que tem uma pegada bem diferente.

Marcelo Camelo não ficou de fora. O namorado da cantora faz vocais em três músicas e participa da faixa “Compromisso” junto com a cantora Taciana Vaz.
Se só o talento de Mallu Magalhães já foi suficiente para lançar a garota no mercado fonográfico, imagine o que vem por aí, agora, com tantas parcerias e forças do bem?

Paula Lima



Foto: Divulgação

Poucos artistas conseguem emocionar ao público interpretando. Paula Lima, ao dar vida à personagem Grizabella, no musical "Cats", mostra que tem esse poder. Dona de uma voz aveludada -- que consegue ser suave e ao mesmo tempo potente --, a cantora tem impressionado ao cantar a música tema da personagem. E isso é só uma constatação! Quem quiser conferir mais de perto as qualidades artísticas de Paula Lima, vale conferir o show gratuito que a cantora faz no Teatro Sesi amanhã à noite.
O repertório é formado por canções que integram o último disco da artista "Samba Chic", que foi registrado em CD e DVD em 2008. Em entrevista ao O VALE
, Paula Lima não esconde a satisfação com a seleção das músicas.
"Não tenho filhos, mas acredito que -- escolher uma música preferida -- seria o mesmo que responder de qual filho mais gosto. Adoro todas, sem distinção, e deixei muitas de fora para justamente dar espaço para essas que me traduzem. Todas ficaram muito bem arranjadas, são melódicas, tem pressão, balanço, brasilidade e o tempero forte contemporâneo e urbano", conta.
Apesar do nome do álbum -- Samba Chic -- o trabalho tem um swing todo especial, marcado pela influência de outros estilos musicais, além do samba, como o hip hop, o funk e o groove. "Acredito que todas caíram bem no gosto do público, mas é normal que as pessoas se expressem mais ao ouvir as mais conhecidas como 'Meu Guarda Chuva', 'Tirou Onda', 'É isso aí e Mangueira'", afirma Paula.
Carreira.
Paula Lima iniciou na vida musical ainda criança. Com 17 anos, já tinha um diploma de formação em piano clássico.
Apesar de ter cursado Direito -- e até se graduado --, não conseguiu se manter longe do mundo da música, estreando na profissão aos 22 anos, com o grupo Unidade Bop, com o qual lançou seu primeiro CD pelo selo Eldorado.
Ainda nessa época fez backing vocal para o Jorge Ben Jor e depois foi integrante do grupo Zomba e do Funk Como Le Gusta. A partir daí, o sucesso se tornou uma constante.
Gravou quatro CDs solo, que ganharam repercussão no Brasil e no exterior. Fora do país, fez shows na Angola, no Japão e na Europa. Também recebeu indicações para concorrer ao Prêmio Multishow e ao Tim de Música.
Discos.
O primeiro disco solo de Paula Lima, "É Isso Aí", foi lançado em 2001. Com ele, a cantora foi indicada à categoria de revelação pelo Prêmio Multishow. Dois anos depois, em 2003, a Universal Music gravou o CD "Paula Lima".
No mesmo ano -- em 2003 -- lançou seus dois trabalhos na Europa e no Japão. Neste último foi contemplada com o título de Diva Paulista e gravou com a banda japonesa Mondo Grosso, a música "Life".
O CD "Sinceramente", da Indie Records, sairia em 2006, com produção de Walmir Borges e Luis Paulo Serafim, além da própria Paula Lima. Esse foi o primeiro trabalho da cantora a ter tiragem esgotada em menos de um mês. O disco é uma apostas da intérprete em composições inéditas de alguns de seus admiradores como Seu Jorge, Ana Carolina, Zélia Duncan, Mart'nália, Arlindo Cruz, Leci Brandão, entre outros.
Com o terceiro trabalho, Paula Lima recebeu duas indicações ao Prêmio Tim de Música, de 2007, de melhor cantora e melhor álbum de MPB. Ainda com ele levou para casa o Troféu Raça Negra na categoria de melhor cantora.
No final de 2008, lançou seu primeiro DVD e o quarto CD da carreira, intitulado "Samba Chic", cujo repertório será apresentado hoje.
Televisão e teatro.
Desde 2008, Paula Lima faz parte da versão brasileira do programa "Ídolos", onde continua atuante. Em março desse ano, a artista estreou no teatro integrando o elenco da versão brasileira do musical Cats.
"Estou tendo a oportunidade de mostrar outro lado meu como cantora, já que uso um registro de voz, mais de cabeça, misturando o belting e o popular, um lado de atriz, que foi bem árduo para mim, já que nunca havia atuado na vida. Esse programa (Ídolos) me tornou muito mais popular e o "Cats" trouxe o reconhecimento de um grande esforço para me tornar uma artista realmente completa", diz.

Kiko Zambianchi



Foto: Divulgação

"Quando saí de Ribeirão Preto para ir para São Paulo tinha certeza que iria conseguir uma gravadora". Foi com essa mesma determinação do início de sua carreira que o músico Kiko Zambianchi superou a "crise de rock", ao longo de toda a década de 1990.
Hoje, com motivos de sobra para celebrar a superação das adversidades, Kiko trabalha na produção do seu mais novo CD, que deve ser gravado ao vivo em sua cidade natal em outubro deste ano. Para os fãs do Vale, uma oportunidade de conferir uma prévia desse trabalho, é o show que ele apresenta logo mais, às 21h, no Hotel Caesar Business, em São José dos Campos.
Não pense você que a citação de Kiko no início desse texto tem alguma coisa a ver com arrogância. Ele mesmo se explica. "Na década de 1970 as gravadoras tinham um vício de achar gente com um trabalho diferenciado. Ao contrário de hoje, que sai Ivete Sangalo para entrar Claudia Leitte, e sai NX Zero para entrar outra banda parecida. Naquele tempo tinha muita banda de rock boa e nenhuma era igual a outra", comenta.
E a intuição não falhou! Em menos de um mês Kiko conseguiu um contrato com a EMI e o lançamento do seu primeiro disco -- Choque (1985) -- já trazia sua composição de maior sucesso, "Primeiros Erros".
Mas quando o Brasil parou para ver Carla Perez dançar e não se ouvia outra coisa além de pagode e sertanejo, o músico teve que se virar. "Fiz muitos shows tocando violão na década de 1990, me especializei, fiz trilhas para peças de teatro -- Kiko chegou a ser indicado ao prêmio de melhor trilha da Apetesp (Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo) --, e foi assim que consegui sobreviver."
Novo fôlego para a carreira veio no início dessa década quando Zambianchi gravou o Acústico MTV junto com o Capital Inicial, colocando "Primeiros Erros" novamente nas paradas. "Depois disso começaram a prestar atenção no meu trabalho. Hoje mais de 65 artistas já gravaram composições minhas. Dá para sobreviver de direitos autorais, mas faço show porque gosto".

Vida de Circo

Foto: Flávio Pereira

Karlênia Rodrigues, com apenas 16 anos, já está acostumada a viajar por esse país. Não pega a estrada sozinha, vai acompanhada do pai, Carlos Antonio Rodrigues, o palhaço Maxixinho. Os dois são circenses e acabam de desembarcar em São José dos Campos para a nova temporada do Babilônia Circus.
A menina gosta do que faz e se orgulha por ter herdado os dons -- eram do avô, depois do seu pai, e chegaram a ela. No palco, o olhar atento voltado ao seu mestre revela o desejo de aprender mais sobre essa arte que, ainda hoje, encanta e diverte crianças e adultos.
Nada é capaz de frear a paixão pela vida artística, nem mesmo a rotina puxada que começa ainda de madrugada, por volta das 5h da manhã, com os preparativos para as aulas na nova escola.
"Na segunda foi meu primeiro dia de aula aqui. Os colegas ficam curiosos, acham diferente o estilo de vida que levo. Tem gente que até pergunta se tem lugar para fugir com a gente", conta a jovem que dá vida à palhaça Maxixinha.
Carlos Antonio, que há mais de 20 anos leva o palhaço Maxixinho ao picadeiro, se emociona ao falar da filha e da satisfação de conseguir passar adiante a tradição da família de artistas circenses.
Tradição.
A história se repete em outros trailers, em outras famílias que movimentam com graça as apresentações do Babilônia Circus.
Dione Wesley, com apenas 12 anos já tem muitas histórias na pele do palhaço Tampinha. Para ele, estar no palco é a coisa mais natural do mundo.
"Acho que não tem muito o que aprender, nem muito o que ensinar. O palhaço entra no palco e se solta. Aí diverte o público", diz o garoto, com olhos radiantes e um sorriso tímido no rosto.
É simples assim! E quanto mais envolvido com a arte, mais aumenta a vontade de se envolver com o circo. Aí o palhaço também vira ilusionista, o acrobata vira trapezista. No caso da Maxixinha, também vira performer de tecido, um dos números mais encantadores das apresentações.
"Eu tinha uma amiga que fazia esse número, aí ela me ensinou quando eu tinha 12 anos. Depois fiz circo-escola em Ribeirão Preto e agora vou incrementando com coisas que pesquiso", diz Karlênia.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Diego Ain da MotaMúsico taubateano coleciona participações em grandes projetos musicaisTaubatéAndré Leite
www.diegoain.com

Diego Ain da Motta tem 27 anos, nasceu em Ubatuba e foi criado em Taubaté, onde se iniciou como músico. Hoje, vivendo na Espanha, o percussionista coleciona participações em grandes projetos musicais, que lhe renderam apresentações em importantes fetivais da Europa. Uma trajetória cheia de desafios, superados com muita determinação.



Como foi que você começou a se interessar por música?

Cresci ouvindo música. Até meus quatro anos de idade minha mãe tocou piano ativamente. Me lembro de acordar no domingo de manhã, ainda lá em Ubatuba, ouvindo vinil de Rita Pavone e Nelson Gonçalves. Mas foi com 12 anos, influenciado por um grande amigo, o João Mauro Oliveira, que comecei a tocar. A gente morava no mesmo prédio e ele tocava rock, Nirvana...



Qual foi o primeiro instrumento que você tocou?

Eu sempre gostei muito de bateria. Mas como morava em prédio não tinha como tocar. Então comprei um bongô, foi quando entrei para a percussão.



E aqui na região você chegou a atuar profissionalmente como músico?

Eu era muito ruim tocando bongô. A galera pegava no meu pé, não me deixava tocar. Até que um dia conheci o Paulinho da Lua que me disse que percussionista de verdade tinha que tocar pandeiro. Ai abandonei o bongô, peguei um pandeiro velho e comecei a tocar em casa. E comecei a investir nisso porque a aceitação era diferente. Dai comecei a tocar em bares com Toninho Mattos, Teteco dos Anjos (ambos integrantes de "Os ilhones") e outros artistas daqui do Vale do Paraíba.



E quando você foi para São Paulo estudar percussão?

Eu queria evoluir, mas tocando percussão e aqui no Vale não tinha ninguém que pudesse me ensinar. Aí fui para São Paulo morar com o Gervs (Gerval de Almeida), um grande baterista, e juntos entramos para o Conservatório Musical Souza Lima. Mas era super caro, eu não teria condição de pagar a aula. Mas fui falar com o professor, o maestro Dinho Gonçalves e ele me perguntou se eu queria mesmo estudar e o quanto eu achava que poderia pagar. Eu disse que era dificil dar preço ao trabalho dele. Ele sugeriu R$ 50 reias e eu disse, na mesma hora, que já era aluno dele.



E a sua relação com o flamenco?

Nessa época eu tocava com o Reginaldo (Serial Funkers), e descobri o cajon, instrumento de origem peruana, muito presente na musica flamenca espanhola. Meu tio era carpinteiro e fez um para mim. Certo dia estava no estúdio do Ricardo Xavier, gravando meu primeiro disco com o João, e o Kleber Assunção (professor da Faculdade de música Santa Cecília - Pindamonhangaba) viu meu cajon e perguntou se eu tocava flamenco. Eu disse que não mas que estava louco para aprender. Ele disse que tocava num grupo que precisava de um percussionista então comecei a aprender flamenco estudando alguns discos produzidos por Roberto Angerosa.



Você foi aluno do Roberto...

É! Fazia dois anos que estava no Souza Lima e já tinha aprendido o que tinha que aprender. O Dinho estava ensaiando uma peça erudita, com um pouco de dificuldades para tocar e virar as páginas. Eu estava acompanhando, acabei virando as duas últimas páginas enquanto ele tocava. Foi quando demos conta de que eu estava lendo partitura. Acabei entrando para o grupo do Dinho e fui motivado a ir atrás da ULM (Universidade Livre de Musica Tom Jobim). Acabei conseguindo uma vaga para estudar percussão étnica, com o Roberto Angerosa.



E como nasceu o projeto Música Cotidiana?

No verão de 2002 conheci um grupo de Ibiza em Ubatuba e fui para lá a convite deles tocar no festival de verão. Com 20 anos, 60 quilos de instrumentos e só 200 euros entrei pela primeira vez num avião. Em Ibiza, conheci o VJ Frank, que me convidou para morar em Valencia. Certo dia peguei um laptop e gravei um som com percussão corporal, com as técnicas que aprendi na ULM, em aulas secundárias. Aí o Frank fez dois vídeos que comecei a usar como base para minhas apresentações ao vivo e para dar aula. No vídeo eu tiro som de uma escova de dente. Esse prejeto cresceu e rendeu um vídeo com participação de pessoas do mundo inteiro ("Just Make Music", que está disponível no youtube).



Você tocou também com várias bandas na Espanha, né?

Com o The Drama, toquei em grandes festivais, depois o Marcelo Brandão (Banda Gugles) foi para Espanha e montamos um quarteto, o Samba Rock SA, tocando versões modernas de musica brasileira e um flamenco abrasileirado, depois fui para Madri, tocar no Livika (Big Band Percussões do Mundo). Com esse grupo comecei a ganhar dinheiro e passei a comprar equipamentos de estúdio e gravar meus amigos.



Foi quando virou produtor musical?

Sim. Conheci um baixista fera que estava começando um projeto de banda chamado Calima e me convidou para participar do disco "Azul", que foi indicado ao Grammy como melhor disco de flamenco. Depois o grupo Fritanga me convidou para mixar o disco deles. Foi meu primeiro trabalho de produção e comecei a investir nisso. Também produzi um disco para o colombiano Camilo, Chico Ateroide, Chabola Vip, e outros.



O que te trouxe de volta para o Brasil?

Depois que conheci o Kikoto, que fazia os vídeos do Livika, aprendi edição e comecei a produzir trilhas para documentários e curta-metragens, estudar mixagem e masterização e acabei virando professor da escola. A partir daí comecei a dar cursos fora da Espanha. Foi isso que me trouxe de volta ao Brasil. Estive em Salvador, na escola do Carlinhos Brown.



E quais são seus projetos futuros?

Criei um selo discográfico, o Mundo Afora Records, e estou consolidando um movimento cultural, produzindo um disco, o Haciendo Pina, com temas gravados por músicos do Vale do Paraíba e que moram na Espanha, e espero fazer o lançamento do disco lá na Espanha e aqui no Brasil para promover esse intercâmbio por meio de um festival itnerante.

TV e shows prometem surpreenderSão José dos Campos

Em 2010, as TV s serão marcadas por estreias e re-estreias. Deve voltar à programação da TV Globo o seriado "Os Normais", com Luiz Fernando Guimarães (Rui) e Fernanda Torres (Vani). Também há especulações sobre a exibição de uma série global, estrelada por Eduardo Moscovis, com direção de João Falcão.

Os amantes de séries encontrarão boas opções na programação da TV Band. O canal firmou parcerias com as distribuidoras Paramount, Universal Studios, Fox Films, HBO, MGM e Sony Entertainment para a exibição de suas produções.

Já a programação das TVs por assinatura traz a 8º temporada de 24 Horas, exibida pela Fox. O canal também irá lançar uma nova série neste ano. Intitulada Humam Target, a história está baseada na obra de Peter Milliganum, um drama de ação focado num homem que trabalha como segurança de potenciais alvos de ataque.

O canal ABC que exibirá exibirá a 6º e última temporada de Lost nos Estados Unidos, também tem novidades para 2010: Happy Town, um drama centrado em Haplin, uma pequena cidade que registra seu primeiro crime ocorrido após um longo período de paz quebrado por uma série de sequestros não resolvidos.

SHOWS - E para quem curte shows internacionais, o ano também começa agitado, com boas turnês entre janeiro e março. O Metallica tem apresentações marcadas para o dia 28 de janeiro, no Estádio Zequinha, em Porto Alegre, e 30 e 31, no Estádio do Morumbi, em São Paulo.

The Cranberries também faz uma turnê pelo país, começando no dia 28 de janeiro, pelo Citbank Hall, no Rio de Janeiro; no dia 29, o grupo se apresenta no Credicard Hall, em São Paulo; no dia 31, no Chevrolet Hall, em Belo Horizonte; e no dia 3 de fevereiro, no Pepsi on Stage, em Porto Alegre.

Já a turnê "Viva La Vida", do Coldplay, terá apresentações nos dias 28 de fevereiro, na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, e 2 de março, no Estádio do Morumbi em São Paulo.

E não podemos esquecer das especulações sobre a apresentação da turnê '360', da banda irlandesa U2.