sábado, 31 de julho de 2010

Vida de Circo

Foto: Flávio Pereira

Karlênia Rodrigues, com apenas 16 anos, já está acostumada a viajar por esse país. Não pega a estrada sozinha, vai acompanhada do pai, Carlos Antonio Rodrigues, o palhaço Maxixinho. Os dois são circenses e acabam de desembarcar em São José dos Campos para a nova temporada do Babilônia Circus.
A menina gosta do que faz e se orgulha por ter herdado os dons -- eram do avô, depois do seu pai, e chegaram a ela. No palco, o olhar atento voltado ao seu mestre revela o desejo de aprender mais sobre essa arte que, ainda hoje, encanta e diverte crianças e adultos.
Nada é capaz de frear a paixão pela vida artística, nem mesmo a rotina puxada que começa ainda de madrugada, por volta das 5h da manhã, com os preparativos para as aulas na nova escola.
"Na segunda foi meu primeiro dia de aula aqui. Os colegas ficam curiosos, acham diferente o estilo de vida que levo. Tem gente que até pergunta se tem lugar para fugir com a gente", conta a jovem que dá vida à palhaça Maxixinha.
Carlos Antonio, que há mais de 20 anos leva o palhaço Maxixinho ao picadeiro, se emociona ao falar da filha e da satisfação de conseguir passar adiante a tradição da família de artistas circenses.
Tradição.
A história se repete em outros trailers, em outras famílias que movimentam com graça as apresentações do Babilônia Circus.
Dione Wesley, com apenas 12 anos já tem muitas histórias na pele do palhaço Tampinha. Para ele, estar no palco é a coisa mais natural do mundo.
"Acho que não tem muito o que aprender, nem muito o que ensinar. O palhaço entra no palco e se solta. Aí diverte o público", diz o garoto, com olhos radiantes e um sorriso tímido no rosto.
É simples assim! E quanto mais envolvido com a arte, mais aumenta a vontade de se envolver com o circo. Aí o palhaço também vira ilusionista, o acrobata vira trapezista. No caso da Maxixinha, também vira performer de tecido, um dos números mais encantadores das apresentações.
"Eu tinha uma amiga que fazia esse número, aí ela me ensinou quando eu tinha 12 anos. Depois fiz circo-escola em Ribeirão Preto e agora vou incrementando com coisas que pesquiso", diz Karlênia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário